Quem Somos

Em 8 de novembro de 2016 realizamos a Primeira Jornada Tubaronense de Psicanálise, sob o tema “O sujeito da psicanálise: da constituição do sujeito à escolha objetal”. Para nossa surpresa, 16 pessoas inscreveram seus trabalhos e mais de 120 pessoas circularam pelo auditório naquele dia.

Neste evento, encontramos e reencontramos profissionais que, desde muito tempo, faziam a psicanálise acontecer e, desta forma, nos autorizamos a convocar as pessoas que apresentaram trabalhos naquela Jornada e que demonstraram o interesse em promover uma aproximação. Assim, depois disso, nos empolgamos em pensar a construir algo que efetivamente nos proporcionasse uma articulação com aqueles que fazem a Psicanálise acontecer em Tubarão e região.

Em dezembro do mesmo ano ocorreu, então, a primeira reunião deste grupo que, prontamente, promoveu uma abertura para o desejo de realizar, e por que não dizer, formalizar, um movimento psicanalítico.

Nesta primeira reunião estiveram presentes: Marilia Salvalagio, Ana Paula Gramacho, Maria Cristina Carpes, Tatiana Kuerten,  Daniel Matos, Jamerson Dornelles, Debora Búrigo, e Rodrigo Silveira. 

A partir deste encontro, não conseguimos conter nosso desejo em fortalecer a psicanálise e a clínica psicanalítica no sul de Santa Catarina.

Nos encontramos, mensalmente, por diversas vezes, e nosso trabalho inicial foi a leitura e discussão do texto Movimento Psicanalítico de Freud. 

Nesta trajetória, encontramos pessoas que compartilharam seu desejo de demarcar um espaço de interlocução e, que, ao mesmo tempo, sentiram-se implicadas à possibilidade de amadurecer e de promover a transferência de trabalho com a transmissão da psicanálise. 

É importante salientar que a transferência com a causa psicanalítica é o que sustenta o nosso trabalho.

Nosso movimento, quando pensado mais precisamente na cidade de Tubarão,  iniciou há mais de 19 anos, por meio da oferta de disciplinas de Psicanálise, no curso de Psicologia da Unisul, onde professoras e psicanalistas circularam pela função do ensino de disciplinas de Psicanálise. Entre elas, Maria Ângela Giordani Machado, Maria Suzate, Jane Martins,  Greziela, Maria do Rosário, Marta Arábia, Gertrudes Naujorks, Cleuza Bueno, Maria Cristina Carpes, Tania Mascarello, Marilia Salvalaggio e Adriana Limas. 

Como efeito do trabalho destas psicanalistas, houve a demarcação de grupos de estudos que, de forma isolada, pensaram e dirigiram os caminhos da Psicanálise na cidade. E este percurso possui seus efeitos também na pós-graduação. 

Não podemos deixar de destacar um colega em especial, que se revela a cada momento que promovemos um encontro regado a estudos, e que se posiciona cada vez mais como um grande incentivador da Psicanálise na cidade de Tubarão e região. Este é o psicanalista e professor, Maurício Eugênio Maliska, orientador do Programa de Mestrado e Doutorado de Ciências da Linguagem e, também, professor de disciplinas de psicanálise no curso de Psicologia na Unisul, campus Pedra Branca. Ele desenvolveu a proposta do grupo de pesquisa Linguagem e Psicanálise. É possível dizer que Maliska apostou na potencialidade da área no campus de Tubarão. 

A partir de então, cada grupo de estudos e de trabalho formado promoveu e instalou a necessidade, o desejo e a demanda tão necessários para o envolvimento com a clínica analítica.

Dentre as atividades históricas e que permanecem até a atualidade, está o Grupo de Estudos dos Seminários de Lacan, pensado, em 2007, por Marilia Salvalaggio e por Laudelino Santos Neto. Este grupo tornou-se permanente e, até hoje, está em funcionamento. 

Outro grupo de trabalho importante refere-se ao Núcleo de Estudos Psicanalíticos. Este núcleo surgiu de um grupo de estudos da psicanalista Tania Mascarello, em 2009, como uma das atividades desenvolvidas em seu percurso na Unisul.  

Remarca-se, aqui, estes dois psicanalistas que fizeram história – Tânia Mascarello e Laudelino Santos Neto - que sempre incentivaram o movimento psicanalítico da região sul, especialmente na cidade de Tubarão. 

Este é um resumo das vivências que marcam o encontro de pessoas que pensam e desenvolvem, cada um a seu modo, uma história de trabalho com a teoria e a prática na psicanálise.

A partir da reunião de um grupo de pessoas que pensaram o movimento psicanalítico no sul e, assim, a Jornada de 2016 aconteceu. A partir disso, esse grupo apostou e fundou uma Associação Psicanalítica em Tubarão que, em 02 de setembro de 2017, tornou-se realidade!

Assim, no Ato de sua Fundação, a Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense, estabeleceu sua proposta de trabalho, calcado na proposta freudiana e lacaniana, como alicerce para o caminho a ser percorrido.

Para Lacan, nos Escritos, texto que se refere ao ato de fundação da escola francesa de Psicanálise, é importante que um lugar onde a psicanálise se coloca como referência de trabalho, exerça e promova permanentemente as seguintes ações: 

• Comentário contínuo do movimento psicanalítico ao qual está inserido; 

• Articulação da psicanálise com as ciências afins; 

• Exercer a ética da psicanálise, que é a práxis de sua teoria. 

Nós, da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense assumimos este compromisso com a comunidade psicanalítica, sendo uma ação permanente a proposta freudiana e lacaniana de promover discussões, debates sobre a clínica, a cultura e sobre a ética.

Cabe retomar aqui um trecho estudado pelo grupo que iniciou o movimento psicanalítico no sul catarinense, que remonta a uma ferida narcísica de Freud, sobre sua resistência em tornar público o debate da psicanálise na sua cidade: 

Aprendendo com nosso mestre, vimos promovendo de forma ampla, calorosos e tempestuosos debates psicanalíticos em nossa cidade e região. Desde então, a Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense só se fortalece e se efetiva como lugar de estudo e de debate sobre a psicanálise na região.