CONVOCATÓRIA
Com o Psicanalista Jorge Sesarino
O Seminário Teórico: Ética e ato analítico é uma atividade preparatória da X Jornada Tubaronense de Psicanálise, organizada pelo Movimento Psicanalítico Sul Catarinense, bem como uma importante contribuição para debate do tema institucional deste ano de 2025, "Retorno a Freud: da ética aos conceitos fundamentais".
Este Seminário, conduzido pelo Psicanalista Jorge Sesarino, membro honorário do Movimento Psicanalítico, visa aprofundar o debate que se pauta por aprofundar a questão: como na contemporaneidade podemos realizar o retorno à obra de Freud sem recair em anacronismos ou dogmatismos. O convite ao debate se estende a analistas, estudantes e pesquisadores interessados em retomar Freud a partir do rigor de sua própria obra e das consequências clínicas que dela decorrem. Como enfatizou Jacques Lacan, apenas um retorno rigorosos a Freud pode permitir que a Psicanálise continue sendo um discurso vivo, íntegro e relevante.
O quê? Seminário Teórico: Ética e ato analítico.
Quem? Jorge Sesarino, Psicanalista.
Quando? 10 de maio, às 14h.
Onde? Formato híbrido (on-line e na sede do Movimento Psicanalítico). Destaca-se que nosso convidado participará de maneira on-line, embora todos estejam convidados a ir até a sede do Movimento para participarmos juntos.
Quanto? R$ 80,00 (Associados AMPSC); R$120,00 (Público externo).
Sobre o convidado: Jorge Sesarino é Psicanalista. Tem Graduação em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1984), Mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Paraná (2000) e Doctorat en Sciences Psichologiques pela Université de Liège (2005). Professor titular do Curso de Psicologia da UTP - Universidade Tuiuti do Paraná, da disciplina de Teorias e Técnicas Psicológicas e supervisor de práticas em psicologia clínica. Professor da disciplina de Psicopatologia do Curso de Psicologia e supervisor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e da Faculdade Dom Bosco, na disciplina de Nosologia e Nosografia. Professor de Teoria Psicanálítica e supervisor clínico do Curso de Pós Graduação em Psicologia clínica da UTP. Professor do Curso de Pós Graduação em Psicanálise: abordagem psicanalítica, e Saúde mental: Psicopatologia e Psicanálise. Módulos: De um tratamento possível das psicoses e das perversões. Supervisor em Psicoterapia da Residência em Psiquiatria do Hospital Nossa Senhora da Luz, pela PUCPR. Professor e supervisor clínico do curso de Pós Graduação da Faculdade Dom Bosco: Psicanálise: Teoria e Prática. Módulo: Fundamentos da Clínica e Nosologia Psicanalítica. Professor convidado do Curso de Pós Graduação em Psicomotricidade Relacional do CIAR - Centro Internacional de Análise Relacional. Módulo: Fundamentos da Teoria Psicanalítica. Experiência na área de Psicologia, com ênfase em Pesquisa em Psicologia Clínica, principalmente nos seguintes temas: Psicopatologia, Psicanálise e Aids. É membro honorário do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense
A sede da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense fica no Ed. Center Park, 6º andar, sala 603, Rua Tubalcaim Faraco, 85, Centro, Tubarão - Santa Catarina - Brasil.
CONVOCATÓRIA
Pode ser que minha política de evitar ampla publicidade seja, em parte, responsável por isso. Se eu tivesse incentivado ou permitido tempestuosos debates com as sociedades médicas de Viena sobre a psicanálise, talvez eles tivessem servido para descarregar todas as paixões e para dar livre curso a todas as injúrias e ofensas que estavam na língua ou no coração dos nossos adversários - daí, talvez, o anátema contra a psicanálise tivesse sido superado e ela agora não fosse mais uma estranha em sua cidade natal.
(Freud, 1996, p. 49. "O movimento psicanalítico")
Prezados colegas e membros da comunidade psicanalítica,
A X Jornada Tubaronense de Psicanálise, que acontecerá no dia 18 de outubro de 2025, tem como tema principal o Retorno a Freud: Da ética aos conceitos fundamentais, título este que é uma convocação ao resgate não apenas dos eixos centrais do pensamento freudiano, mas também dos desafios institucionais e prático-teóricos que marcaram sua trajetória. Destacam-se, nesse sentido, os textos de Lacan que promovem a discussão referente a temática em pauta, entre eles: *"Função e Campo da Fala e da Linguagem em Psicanálise"* (1953), onde Lacan lança a máxima "retorno a Freud", e o *"Seminário 11: Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise"** (1964), nos quais ele retoma a metapsicologia freudiana em sua integralidade.
*O que significa retornar a Freud? *
O retorno a Freud não é um apelo à ortodoxia, contudo um movimento que privilegia o rigor da revisitação crítica e do aprofundamento conceitual realizado por Lacan. Esse retorno se faz necessário frente à dispersão teórica contemporânea, onde muitas vezes se perde a potência do inconsciente estruturado como linguagem e da transferência enquanto motor da clínica. Retornar a Freud implica redescobrir a subversão do sujeito, da escuta, da radicalidade da metapsicologia e da necessidade de uma ética fundamentada no desejo do analista. Como enfatiza Lacan, esse retorno deve ser feito a partir do próprio texto freudiano, evitando interpretações reducionistas e distorções que comprometem os fundamentos da psicanálise.
Ao longo de sua caminhada, Freud não apenas construiu um campo de saber, mas enfrentou resistências contundentes. Desde os embates com seus dissidentes - que buscaram modificar suas formulações fundamentais - até os embates com o meio acadêmico e médico. A trajetória freudiana foi marcada por desafios institucionais que colocavam em risco a própria continuidade da psicanálise. Sobre os embates de Freud e os problemas da instituição, destaca-se que desde o início Freud também valorizou uma construção coletiva da psicanálise, fazendo da instituição um lugar de enriquecimento da práxis analítica a partir do trabalho e do estilo dos analistas. Lacan, também seguiu sua trilha, quando também destaca a psicanálise em extensão para pensar os desdobramentos da práxis e da transmissão da psicanálise. Teoricamente, os momentos de revisão em sua obra, como a segunda tópica e a inclusão da pulsão de morte, são expressões de uma constante luta para manter a coerência e a vitalidade de sua descoberta. Lacan, ao longo de seus seminários, reforçou a necessidade de se manter fiel ao espírito inovador e revolucionário de Freud, evitando o reducionismo adaptativo que muitas escolas psicanalíticas insistiam em adotar. Nos *"Escritos"*, Lacan denuncia a diluição da psicanálise em abordagens adaptativas e reforça a necessidade de um rigor conceitual que preserve o cerne da descoberta freudiana.
Nossa Instituição busca aprofundar essas questões, proporcionando um espaço de reflexão sobre como podemos, na contemporaneidade, realizar esse retorno sem cair em anacronismos ou dogmatismos. O convite é para analistas, estudantes e pesquisadores interessados em retomar Freud a partir do rigor de sua própria obra e das consequências clínicas que dela decorrem. Como enfatizou Lacan, somente um retorno rigoroso a Freud pode permitir que a psicanálise continue sendo um discurso íntegro, vivo e relevante. Fundamental memorar as palavras de Lacan:
Com efeito, creio que o retomo aos textos freudianos, que são objeto do meu ensino há dois anos, proporcionou-me, ou melhor, proporcionou a todos nós que trabalhamos em conjunto, a ideia cada vez mais clara de que não há apreensão mais completa da realidade humana que a feita pela experiência Freudiana, e que não podemos deixar de retornar as fontes e apreender estes textos em todos os sentidos da palavra. Não podemos deixar de pensar que a teoria da psicanálise e ao mesmo tempo sua técnica, que não formam se não uma única coisa, sofreram uma espécie de encolhimento, e, a bem da verdade, de degradação. É que, de fato, não é fácil manter-se no nível de tal plenitude. (Lacan, 2005, p. 11-12)
Em preparação à nossa X Jornada lhe convidamos a participar desse Seminário de Abertura com Pedro Heliodoro Tavares, Psicanalista, tradutor das obras de Freud ao português. Voltar a Freud é também voltar à letra do texto freudiano, captar-lhe o movimento.
O quê? "Seminário de Abertura"
Quando? 26 de abril, às 15h
Onde? Na Sede do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense
Quem? com Pedro Heliodoro Tavares
Quanto? R$ 100, 00 (Associados AMPSC); R$ 150,00 (Público externo).
Sobre o convidado: Pedro Heliodoro Tavares é Psicanalista, Doutor em Psicanálise e Psicopatologia pela Université Paris VII. Pós-doutorado no Zentrum für Literatur und Kulturforschung, em Berlin. Coordenador da Coleção Obras Incompletas de Sigmund Freud, pela Editora Autêntica. Professor da USP e UFSC (2011-2014).
Sede do Movimento Psicanalítico: Edifício Center Park, 6º andar, Sala 603, Rua Tubalcain Faraco, 85, Centro - Tubarão/SC.
CONVOCATÓRIA
Convidamos todos a participar de uma entrevista imperdível com a psicanalista Inezinha B. Lied. Nesta conversa, vamos explorar sua rica trajetória como analista e fundadora da Maiêutica Florianópolis, que por mais de quatro décadas, tem transmitido a psicanálise com ética e rigor. Inezinha compartilhará sua experiência entrelaçando-a com o desenvolvimento da psicanálise e a formação de analistas principalmente em Santa Catarina, consolidando uma história de impacto e relevância no campo psicanalítico.
Confira o recado de nossa convidada:
“A Formação do analista é um tema que sempre me convocou a trabalhar, a repensar e sustentar pontos fundamentais. Como se dá a formação? Que lugar tem a Instituição na formação?
Lacan não falou de formação, mas sim de formações do inconsciente. De tal forma, colocar em cena a formação do analista é colocar no centro a experiência psicanalítica, sem a qual não há psicanalista. Será uma grande satisfação conversar com os colegas do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense sobre este tema e espero a todos que se sintam convocados para uma interlocução sobre a formação permanente, o desejo do analista, o não-todo analista, entre outras noções que se articulam ao nosso saber-fazer”.
O quê? Entrevista com a psicanalista Inezinha B. Lied
Quem? Organização de Tatiana Kuerten e Luana Branco, com a convidada Inezinha B. Lied
Onde? Na sede da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense e on-line (atividade híbrida)
Quando? 14 de setembro, às 14h
Quanto? R$ 30,00 (Associados AMPSC); R$ 60,00 (Público externo).
Sobre as organizadoras
Tatiana Kuerten é Psicóloga e Psicanalista. Presidente da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense. Associada Adjunta da Maiêutica - Instituição Psicanalítica.
Luana Branco é Psicóloga e Psicanalista. Associada Membro do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense. Participante da Maiêutica - Instituição Psicanalítica.
Sobre a convidada
Inezinha Brandão Lied é Psicanalista, Membro da Maiêutica. Fundadora da Maiêutica, delegada da Maiêutica em Convergência, Movimento Lacaniano para a Psicanálise Freudiana.
Sede Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense:
Rua Tubalcain Faraco, 86, sala 603. Ed. Center Park, Tubarão-SC
CONVOCATÓRIA
O Seminário "Por uma Psicanálise Leiga e Laica" é mais uma atividade em preparação à nossa IX Jornada Tubaronense de Psicanálise, que acontecerá em Outubro. Neste ano a Jornada, atividade anual da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense, tem como tema "A formação do analista em crise e o lugar da instituição analítica"
O Seminário contará com a transmissão do Psicanalista e Professor Dr. Caio Padovan, que compartilha conosco a seguinte reflexão:
"Neste seminário, Por uma Psicanálise leiga e laica, propomos uma reflexão sobre as diferentes formações que se pretendem psicanalíticas no cenário contemporâneo. Com Freud, a Psicanálise nasce no final do século XIX como um método de intervenção médica que dispensava qualquer formação especializada. Institucionalizado o movimento em 1910, a prática psicanalítica passará a ser regulada pela recém-fundada Associação Internacional de Psicanálise (IPA). A partir dos anos 1920, com a criação de grandes institutos, o movimento psicanalítico irá propor seus primeiros modelos de formação centrados na análise pessoal, acompanhada de estudos teóricos e supervisão clínica.
Sendo Freud também um universitário, atuando desde 1886 como professor e pesquisador ligado à Faculdade de Medicina de Viena, a Psicanálise desenvolverá já muito cedo uma vocação acadêmica. Muitos dos primeiros psicanalistas, ou tinham sido seus alunos naquela instituição, ou haviam se aproximado da jovem ciência por intermédio da universidade. A partir dos anos 1930, principalmente, com a expansão da Psicanálise ao redor do globo, podemos dizer que a disciplina criada por Freud ganhará cada vez mais autonomia em relação ao fundador e ao movimento que lhe deu origem. Suas teorias e práticas serão apropriadas por outras disciplinas e a própria Psicanálise iniciará um processo de maior abertura a outros saberes.
Será nesse contexto, ao longo da segunda metade do século XX, que ela passará de fato a ser exercida de maneira “leiga”, quer dizer, sem mais prestar contas às ortodoxias que, pouco a pouco, foram se cristalizando desde a institucionalização do movimento. A Psicanálise, seus conceitos e métodos, se farão objeto de formações independentes, fomentando, ao mesmo tempo, importantes debates científicos, bem como a criação de grupos sectários de orientação duvidosa. A partir dos anos 1990, no entanto, as trocas com a comunidade científica começam a perder em fôlego, dando cada vez mais espaço a iniciativas que parecem flertar muito mais com a religião. Daí, em pleno século XXI, a importância e a necessidade de se pensar não apenas uma Psicanálise leiga, capaz de fazer frente às ortodoxias, mas também uma Psicanálise “laica”, capaz de romper com os ídolos, mestres da disciplina".
A partir da transmissão de nosso convidado, queremos propor passos no nosso debate sobre a formação do analista, sobre o saber que constitui o seu fazer, e sobre o papel que as instituições desempenham. Em uma época na qual ao mesmo tempo a Psicanálise é rechaçada e apropriada, recusada e cooptada por discursos que lhe são estranhos, é de capital importância pensarmos juntos a tarefa de preservarmos o legado de Freud e Lacan e, na mesma medida, fazer de nossa práxis uma ponte que se abre à subjetividade contemporânea.
O quê? Seminário Por uma Psicanálise Leiga e Laica
Quem? Organizado por Thaís Wachholz e Dr. Marcus Vinicius de Souza Nunes, com a transmissão de Dr. Caio Padovan
Quando? 24 de agosto, sábado, às 14h
Onde? Na sede da AMPSC e on-line (atividade híbrida).
Quanto? Público externo R$80,00; Associados AMPSC R$ 40,00
Sobre o convidado
Caio Padovan é psicanalista, doutor em Psicopatologia e Psicanálise pela Université Paris 7. Pesquisador visitante no departamento de Filosofia e Metodologia das Ciências da UFSCar. Docente no departamento de psicologia da UFPR e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Unesp. Editor assistente da Revista Latino-Americana de Psicopatologia Fundamental.
CONVOCATÓRIA
De onde o analista surgiu
Senão a partir da escuta do infantil?
O que faz o analista ser um profissional
Senão a partir da análise pessoal?
Deformando e formando o psiquismo
Para a formação contínua do ofício
Esses apontamentos
Terão desdobramentos
A roda de conversa é um aquecimento e preparação
Para a escuta do sujeito da enunciação
A Jornada de Psicanálise deste ano tem o tema que nos implica:
“A formação do psicanalista em crise e o lugar da instituição psicanalítica”
A escuta que Freud nos ensinou é a do infantil
Lacan nomeou de tempo lógico basicamente
Ambos resgatam a escuta do inconsciente
A infância e o infantil
São separados por um corte sutil
O corte de um efeito no inconsciente
Que demarca a neurose para todo o sempre
O infantil deve ser escutado
Convida o sujeito a questionar o que foi desejado
O desejo é atualizado para ser decifrado
O que a todo momento insiste em permanecer calado
Há uma aposta na relação transferencial
O paciente vai ao analista com a demanda emergencial
Uma mágica é demandada ao tratamento
O analista expõe que uma análise demanda tempo
Não quer dizer que o tom mágico não acontece
Pois o analista adverte
Que há uma transformação
No processo de elaboração
A análise é para todos
Mas nem todos são para uma análise
Pois requer coragem
De quem é capaz de encarar a viagem
Que inclui todas as idades
Como diz a canção “Superfantástico do balão mágico”:
Superfantástico, amigo
Que bom estar contigo no nosso balão!
Vamos voar novamente
Cantar alegremente mais uma canção
Tantas crianças já sabem
Que todas elas cabem no nosso balão
Até quem tem mais idade
Mas tem felicidade no seu coração
O processo de análise tem esse movimento
Cada encontro é uma viagem no tempo
Da compreensão do desejo através das fantasias
Cabendo aos sintomas enviar notícias
Ele é enigmático porque sofreu deformação
No desejo incestuoso
Por isso ele retorna de um modo vantajoso
O gozo que ele propõe ao sujeito é enigmático
Se manifesta de modo automático
Se repete regido pelo princípio do prazer
E não é por maldade
Eis o princípio da realidade
Colocando o sujeito frente a sua fragilidade
O fundamento clínico da psicanálise é a neurose infantil
Os sintomas se originam neste período
O analista escuta o conflito edípico
Através dos efeitos psíquicos
O infantil é o tempo da construção da fantasia subjetiva
O adulto não existe porque é um ideal que não se alcança
Importando apenas como o sujeito diante da vida se posiciona e se lança
O convite para a roda de conversa
É para todos que queiram entrar no nosso balão
No intuito de seguir com nossa permanente formação.
O quê? Roda de Conversa: Quem se escuta? A criança ou o infantil?
Quem? Ana Paula Mazzuco, Cristiane Pickler, e Luana Branco.
Quando? Sábado, dia 20 de julho, às 14h.
Onde? Na Sede da AMPSC e on-line (evento híbrido).
Quanto? Associados AMPSC: R$ 30,00; Público externo: R$ 60,00.
Sobre as organizadoras:
Ana Paula Mazzuco é Psicóloga e Psicanalista em Formação. É Associada Membro do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Cristiane Pickler é Psicóloga e Psicanalista. Especialista em Psicopatologia da Infância e Adolescência. É Associada Participante do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Luana Branco é Psicóloga e Psicanalista. É Participante da Maiêutica Instituição Psicanalítica e Associada Membro do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Sede Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense:
Rua Tubalcain Faraco, 86, sala 603. Ed. Center Park, Tubarão-SC
CONVOCATÓRIA
No Seminário 17: O avesso da Psicanálise (1992), Jacques Lacan formula sua teoria dos discursos, que na formação psicanalítica é proposto pelo autor como “os quatro discursos”: do mestre, da histérica, do analista e universitário. Os discursos são relações entre posições de agente, de outro, de produção e da verdade que localizam os sujeitos e seus significantes em estruturas de causa de desejo e de elaboração significante. O lugar que ocupam o sujeito, os significantes e o objeto causa de desejo nessa estrutura determina a forma que ocupamos a esfera pública, o divã, de como produzimos nossa neurose ou ainda, de como chegamos ao desejo do analista.
Ora, é comum na formação analítica não nos darmos conta de um discurso que Lacan apresenta sob a forma do “discurso do capitalista”. Neste, “a sociedade de consumidores adquire seu sentido quanto ao elemento, entre aspas, que se qualifica de humano se dá o equivalente homogêneo de um mais-de-gozar qualquer, que é o produto de nossa indústria, um mais-de-gozar – para dizer de uma vez – forjado” (Lacan, 1992, p. 85). O discurso do capitalista é um imperativo universalizado de gozo que oferece mercadorias, gadgets, soluções práticas e imediatas, objetos de demanda, a todo tempo e lugar: “nesse discurso os objetos (gadgets) ocupam o lugar de objeto a e, por sua vez, o agente passa a ser o sujeito consumidor” (Lima, 2023, p. 128). Não há mais hiato entre demandar e gozar na demanda.
Esse imperativo se estende por toda parte e lugar, inclusive na formação dos analistas, muitas vezes sintomática, em que a demanda de ocupar a posição socialmente ambígua do Psicanalista, mas que ainda goza de certo prestígio em alguns círculos, redunda em “análises pessoais” feitas on-line e às pressas, cursos à distância, e um pastiche técnico-teórico que vai dos textos de Freud a abordagens clínicas as mais diversas, com a curiosa mistura às vezes de terapias holísticas, regressão hipnótica e esoterismo... O “analista” se assenhora de saberes em vez de dessubjetivar-se e assumir o seu semblante de escuta. Os “analistas” da sociedade do desejo/demanda digital falam muito, falam de tudo, e não escutam.
Em outro lugar do regime do discurso do capitalista, sob o qual todos vivemos, estão as instituições psicanalíticas que tentam manter, com muitas dificuldades, o ensino e a transmissão da Psicanálise com o tripé freudiano (análise pessoal, teoria e supervisão) e com experiência lacaniana da Escola. Tarefa difícil porque o sintoma da época demanda um saber constituído em verdade que seja acessível e rapidamente consumível. Além disso, as novas subjetividades emergentes, tecnológicas, multiformes, colocam à clínica e à teoria psicanalíticas questões que precisamos seriamente considerar e ouvir.
Essa atividade que propomos, juntamente com nosso convidado, pretende abordar a política de formação dos analistas a partir das múltiplas formas de discurso da contemporaneidade, levando em consideração esse duplo vetor: os discursos que emergem que precisamos considerar para repensar nossa prática e fidelidade ao legado teórico-prático freudo-lacaniano e o sintoma de um discurso de mais-de-gozar que transforma a formação psicanalítica em mais uma mercadoria para satisfazer demandas.
O quê? Seminário Teórico. Após o Seminário, lançamento do livro "Arqueologia da diferença sexual: a mulher na antropologia de Tomás de Aquino", escrito pelo membro Marcus Vinicius de Souza Nunes.
Quem? Organizado por Adriana de Oliveira Limas Cardozo e Marcus Vinicius de Souza Nunes
Com a Conferência de Edgley Lima: Dos discursos de gênero à noção de discurso em Lacan: política e formação em Psicanálise
Quando? 29 de maio, às 14h
Onde? Presencialmente, na sede da AMPSC e on-line (Atividade Híbrida)
Quanto? R$ 40,00 (Associados AMPSC); R$ 80,00 (Público externo).
Sobre o convidado
Edgley Duarte de Lima é Psicanalista, Mestre em Psicologia (UFPE) e Doutor em Psicologia Clínica (UNICAP). Autor do livro: “Homens, masculinidades e psicanálise: desver o masculino”, lançado pela Editora Blucher.
Sobre os organizadores
Adriana de Oliveira Limas Cardozo é Psicanalista e Psicóloga, Doutora (UNISUL) e Mestre em Ciências da Linguagem (UNISUL) e Vice-Presidente do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Marcus Vinicius de Souza Nunes é Professor, Doutor em Educação (UDESC), Mestre em Educação (UFSC), Mestre em Filosofia (UFSC) e Membro do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Sede Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense (AMPSC)
Rua Tubalcain Faraco, 86, Sala 603. Ed. Center Park, Tubarão-SC
CONVOCATÓRIA
Provocações para a clínica em intensão e em extensão
A IX Jornada Tubaronense de Psicanálise, tem como tema principal “A formação do psicanalista em crise e o lugar da instituição psicanalítica”, e pretende abordar questões como: o que é o psicanalista? Como é a sua formação? Como a psicanálise deve ser transmitida a partir de sua práxis?
Estas foram e são, ainda na atualidade, questões que ocupam o campo psicanalítico e a formação psicanalítica nas escolas, e portanto, faz-se necessário ampliar o debate para que possamos pensar a clínica em exercício, e seus movimentos institucionais.
Resgatando o texto Ato de fundação, de 1964, Lacan propõe a formação do analista a partir de experiencias que envolvem possibilidades do campo em ampliar o debate crítico sobre o lugar da psicanálise enquanto práxis freudiana, em sua intensão, ou pura, e a escuta clínica em contextos que exigem um posicionamento da psicanálise enquanto um fazer ampliado, incluídos aqui outros âmbitos que não a prática clínica, como a própria formação teórica do psicanalista, ou os contextos educacionais mais amplos. A esta função, Lacan nomeia de psicanálise em extensão, ou psicanálise aplicada.
Estas duas possibilidades de pensar a psicanálise, em intenção e em extensão, enquanto um campo que envolve um saber fazer em sua experiência prática, nos convoca a estabelecer um debate que nos possibilite repensar a clínica, a escuta da singularidade do sujeito e sua intervenção enquanto ato.
Partindo da provocação lacaniana na fundação de sua escola, busca-se assim com o presente seminário, estabelecer um lugar para reflexão sobre o contexto da psicanálise pura e a aplicada, a partir de relatos clínicos com analistas articulados com a formação psicanalítica permanente.
Aguardamos sua presença neste debate!
O quê? Seminário Clínico
Quem? Organizado por Adriana de Oliveira Limas Cardozo e Marcus Vinicius de Souza Nunes, com a partilha de relatos clínicos de associados do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Quando? Sábado, 25 de maio de 2024, às 14h.
Onde? Na sede da AMPSC em Tubarão e on-line na Plataforma Google Meet (evento híbrido).
Quanto? R$ 30,00 (Associados AMPSC); R$ 60,00 (Público externo).
Sobre os organizadores
Adriana de Oliveira Limas Cardozo é Psicanalista e Psicóloga, Doutora e Mestre em Ciências da Linguagem pela UNISUL e Vice-Presidente da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Marcus Vinicius de Souza Nunes é Professor, Doutor em Educação pela UDESC, Mestre em Filosofia e em Educação pela UFSC e Membro da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense (AMPSC), Rua Tubalcain Faraco, n. 85, sala 603.
CONVOCATÓRIA
"De onde vêm os analistas? O analista está sempre em formação..."
"Que renuncie à prática analítica aqueles que não conseguem alcançar em seu horizonte a subjetividade de sua época." (Lacan, 1953, p. 322)
"De onde vêm os analistas?
O que é um psicanalista, um sujeito ou um objeto? O que qualifica alguém para exercer a função analista, a conduzir uma cura? Um analista é uma formação do inconsciente, formação resultante do encontro com um analista, percurso de uma análise singular realizada e conduzida até seu final, ainda que nem toda análise finalizada resulta na formação de analista. Todavia, tal formação segue, vinculada à formação continuada junto de outros analistas numa comunidade de experiência chamada Escola." - Jorge Sesarino
Quem? Dr. Jorge Sesarino
Quando? 20/04, às 14h
Onde? Atividade híbrida, na sede da AMPSC e on-line (o convidado estará presente on-line).
Quanto? R$ 50,00 (Associados AMPSC); R$100,00 (Público externo).
Sobre o convidado
Jorge Sesarino é Psicanalista. Doutor em Sciences Psychologiques pela Université de Liège. Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Paraná. Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Tem atuado principalmente nos temas: Psicanálise, Psicologia Clínica e Psicopatologia.
Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense (AMPSC), Rua Tubalcain Faraco, n. 85, sala 603.
CONVOCATÓRIA
Do pai da Horda primitiva, ao Nome- do- pai: O pai e sua função na psicanálise freudiana e lacaniana.
“Com efeito, creio que o retomo aos textos freudianos, que são objeto do meu ensino há dois anos, proporcionou-me, ou melhor, proporcionou a todos nós que trabalhamos em conjunto, a ideia cada vez mais clara de que não há apreensão mais completa da realidade humana que a feita pela experiência Freudiana, e que não podemos deixar de retornar as fontes e apreender estes textos em todos os sentidos da palavra. Não podemos deixar de pensar que a teoria da psicanálise e ao mesmo tempo sua técnica, que não formam se não uma única coisa, sofreram uma espécie de encolhimento, e, a bem da verdade, de degradação. É que, de fato, não é fácil manter-se no nível de tal plenitude.” (Lacan, p. 11-12, 2005)
A partir da citação de Lacan, feita na abertura sobre o seu seminário intitulado Nomes-do-pai, em 1964, que fora interrompido pela sua excomunhão da IPA na França, retoma-se nesta proposta de seminário, a intenção do autor referido, de pensar o pai, e seus representantes nos registros do Imaginário, do Simbólico e do Real, para pensar a articulação do sujeito, e sua estrutura clínica na atualidade.
Partimos de Freud e Lacan, e das articulações possíveis entre o sujeito e a lei, através do pai apresentado por Freud, o pai da Horda primitiva, e a perspectiva de Lacan sobre os Nomes – do – pai
O lugar e a função do pai, revela-se um desafio na atualidade. Este desafio nos convoca como psicanalistas a buscar reflexões que incidam sobre a representação no psiquismo e na relação entre o sujeito e seu sintoma. Resgatar o que a psicanálise freudiana e lacaniana remonta sobre o pai e sua representação, nos possibilita compreender os impasses do sujeito com o contemporâneo, e seus desdobramentos na clínica.
Ao pensar a Horda primitiva, Lacan (2005) situa que Freud não deixa de ser a viva demonstração do quanto aquele que se coloca no nível da busca da “verdade”, ou do inconsciente, pode ultrapassar de longe todas as opiniões dos especialistas, e, por metonímia a colocação de Lacan, às opiniões dos antropólogos que partem da perspectiva do coletivo, trata-se aqui, da emergência do singular.
Para Lacan (2005), a perspectiva de Freud refere-se a uma perspectiva do pai anterior a interdição do pai da horda primitiva, ou seja, ao processo civilizatório, em que o pai é o registro da interdição, aquele que marca e os efeitos da culpa e do desejo parricida.
É sob a morte do pai, que se ergue a castração, o Totem como representação de que há lei, que espreita o desejo e interdita o gozo. O pai como função de corte, de interdição ao desejo da mãe diante do bebê/falo e transmissor da lei, o que amarra o sentido simbólico, um ponto de estofo.
Mesmo que sejam afetos e fantasmas semelhantes para cada sujeito, envolvendo o grupo humano, há algo de singular na transformação do pai em um Totem, que introduz o “mito individual do neurótico”, o qual insiste em se repetir enquanto narrativa, efeito fundado a partir do Édipo e da instauração da castração.
“Miticamente - e é o que quer dizer mítica mente -, o pai só pode ser um animal. O pai primordial é o pai anterior ao interdito do incesto, anterior ao surgimento da Lei, da ordem das estruturas da aliança e do parentesco, em suma, anterior ao surgimento da cultura. Eis por que Freud faz dele o chefe da horda, cuja satisfação, de acordo com o mito animal, é irrefreável.” (Lacan, p. 73,2005)
A partir do exposto, convocamos aos que estabelecem transferência de trabalho com o tema, para o debate sobre os Nomes-do-pai.
Quem? Adriana de Oliveira Limas Cardozo (AMPSC), e Thais Wachholz (AMPSC).
Quando? Dia 23 de setembro às 14h.
Onde? Na Sede do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense e On-line (Evento híbrido).
Quanto? Associados AMPSC R$ 25,00; Público externo R$50,00.
Sobre as participantes:
Adriana de Oliveira Limas Cardozo é Psicanalista, Psicóloga, Membro e Vice-Presidente da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense (AMPSC). Mestre e Doutora em Ciências da Linguagem. Professora do Departamento de Psicologia da Unisul, Campus Tubarão.
Thais Wachholz é Psicanalista, Psicóloga, Membro e 1ª Secretária da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense (AMPSC). Mestre em Educação, Professora e Supervisora clínica do curso de Psicologia das Faculdades ESUCRI - Criciúma-SC.
Sede da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense (AMPSC): Rua Tubalcaim Faraco, nº 85, Centro, Tubarão-SC. Ed. Center Park, Sala 603.
Roda de Conversa: Entre a cultura e a clínica: a im-pertinência do Sujeito
Convocatória
No início do século XX, na São Paulo – Pauliceia desvairada – o Movimento modernista brasileiro ganha forma a partir do Manifesto Antropófago, assinado por Oswald de Andrade. Antropofagia: o humano que devora o próprio humano, o banquete totêmico, a cena fundante da Cultura (segundo Freud) ou ao menos da Modernidade (segundo a leitura que Joel Birman faz de Freud).
Já nas primeiras linhas do Manifesto, o dilema da Identidade nacional se entrecruza com a Psicanálise:
“Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.Tupi, or not tupi, that is the question.Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitos postos em drama.Freud acabou com o enigma mulher e com os sustos da psicologia impressa.”Talvez aqueles que insistem na pergunta “o que quer uma mulher?” se assustem com o otimismo oswaldiano... Mas, para Oswald, a resposta freudiana acaba com os dilemas da cultura “católica”, da nossa dramaticidade. A Antropofagia como resposta para todos os individualismos e coletivismos. A Antropofagia como a fundação de Tupiland, a Pindorama do futuro: ancestral e tecnológica, cósmica e desordenada, paradoxal.
Mas Freud também acaba com os “sustos da psicologia impressa”. Mas que psicologia é essa? Talvez a mera psicologia adaptativa, reconfortante, desligada do mal-estar subjetivo. Essa é a interpretação proposta por Dunker (in Parker, 2023, p.16): “A concepção psicanalítica do sujeito, irredutível ao indivíduo, permite propor modelos de ação capazes de transformar esse sofrimento, afastando-se da psicologia adaptativa, conformista e positiva. Isso ocorre desde que pensemos tratar de nossas experiências opressivas de classe, raça e sexo, não apenas fora de nós, mas também ‘dentro de nós’ e em cada um”. A experiência do mal-estar na Cultura como uma experiência singular, o sofrimento como categoria epistêmica, a desadaptação como dispositivo clínico.
O Sujeito não mora fora da Cultura. Não há self autodeterminado, autorregulado. Se assim fosse, pensamento positivo bastaria, tão a gosto da mentalidade neoliberal que se desresponsabiliza das formas que de mal-estar que causa.
A Psicanálise nasce em uma experiência cultural de sofrimento. Um judeu no período de crescimento exponencial do antissemitismo. Um homem de ciência que põe a ciência positiva sob questionamento. Uma cura pela fala numa Europa que fala dos males que a Modernidade que tanto adora lhe causou.
O Sujeito é im-pertinente, vive no sentimento constante do não pertencimento, da não-aderência, da não adaptabilidade, da pertença buscada e faltante. Ao mesmo tempo que a im-pertinência o põe em tensão com a própria Cultura, nossa Roda de Conversa quer pensar o não pertencimento na teoria. O quanto a Psicanálise está atenta para o Sujeito que sempre transborda as formas de sua história, pessoal e coletiva?
Quem: Marcus Vinicius de Souza Nunes, e Sacha Calabrese (debatedores). Thais Wachholz (mediadora).
Quando: Sábado, 26 de agosto, às 14h.
Onde: Atividade híbrida: on-line e presencial (Sede da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Quanto: R$ 25,00 (Associados AMPSC); R$ 50,00 (Participante externo).
Marcus Vinicius de Souza Nunes é Doutorando em Educação, Comunicação e Tecnologia (UDESC). Mestre em Educação (UFSC), Mestre em Filosofia (UFSC) e Graduado em Filosofia (UFSC). Sua pesquisa se centra em uma arqueologia da Modernidade, buscando descrever a gênese do Sujeito moderno. Para isso, transita pelos Estudos de Gênero, Estudos de Cultura Digital, Ontologia, Filosofia da Educação e Psicanálise. Atualmente, investiga as obras de Judith Butler e Bruno Latour. Professor na Coordenadoria de Tecnologias da Informação e Comunicação (UFSC). É Associado Participante do Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Sacha Calabrese Modolon é mestrando em Educação (UNESC). Graduado em Psicologia (ESUCRI). Sua pesquisa se centra na relação entre meio e indivíduo com foco no desenvolvimento deste no ambiente acadêmico, ou seja, como a existência geral de dois modelos de Universidade, um com foco mercadológico e outro cidadão, impactam diretamente na com-formação socio-cultural-econômica da sociedade. Para tanto, sua principal base teórica são os escritores Saviani, Lukacs e Debord. É associado ao Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
CONVOCATÓRIA
Subversão; substantivo feminino (enigmático por si só) que no dicionário da língua portuguesa diz de "ato ou efeito de derrubar, destruir [.]", anuncia uma queda.
De fato, pensar a subversão do Sujeito na Psicanálise, refere-se a uma queda, a algo que cai, que despenca de uma certeza, tendo como efeito o descentramento e a divisão do sujeito.
No artigo Uma dificuldade no caminho da Psicanálise (1917), Freud faz referência a Psicanálise como a terceira ferida narcísica da humanidade. A primeira ferida se dera quando Copérnico retira a terra do centro do universo, a segunda, quando Darwin retira o homem do lugar de maior importância em meio as outras espécies, e a última, realizada pela psicanálise ao retirar o homem do centro de si mesmo.
Lacan, no seu Seminário sobre os conceitos fundamentais da psicanálise, nos convoca a pensar a invenção freudiana, como um ato subversivo. Nesta obra, Lacan descreve que o ato
Freudiano produziu uma ruptura no paradigma cartesiano, ao postular que o homem não e senhor em sua própria casa, e, portanto, a máxima cartesiana "Penso, logo existo", tem sua lógica subvertida em "Aonde penso, não sou"
O sujeito, alienado e dividido pela entrada na ordem simbólica, o leva à perda de uma unidade e ao estranhamento. A partir desse furo, a Psicanálise inaugura o sujeito do inconsciente que regido pelo significante do Outro, está assujeitado ao desejo inconsciente, que não cessa de se inscrever e de buscar nomeação.
Conversar sobre o Sujeito do Inconsciente pode parecer uma obviedade. Mas, novos discursos ou, no mínimo, novas questões - interpelam à Psicanálise. Por isso, constantemente, parece ser necessário retomarmos o alcance e a dimensão da Subversão Freudiana para uma reavaliação, localização e modulação da mesma frente aos desafios da contemporaneidade.
Quem: Rafael Andrés Villari
Quando: Sábado, 22 de julho, às 14h.
Onde: Atividade híbrida: on-line e presencial (Sede da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Quanto: R$ 25,00 (Associados AMPSC); R$ 50,00 (Participante externo).
Sobre o participante
Rafael Andrés Villari é formado em Psicologia, mestre em Letras e doutor em Teoria literária. Foi membro da instituição psicanalítica Recorte de Psicanálise - Porto Alegre e Florianópolis. Participou da Biblioteca Freudiana de Curitiba e, das Reuniões Lacanoamericana e de Convergência. Foi professor universitário e gestor educacional. Atualmente é adjunto da Maiêutica Florianópolis. Pesquisa as relações entre Estudos de Gênero, Feminismos, Teoria Queer e a Psicanálise.
Coordenação: Adriana Limas, Tatiana Kuerten e Thais Wachholz.
Topologia lacaniana, um recurso para a transmissão da clínica psicanalítica?
CONVOCATÓRIA
GRUPO INSTITUCIONAL
O sujeito lacaniano: alienação e separação.
Discutiremos a partir de um seminário
A proposta do evento da Jornada deste ano
Aborda-se, no entanto, o sujeito lacaniano
No conceito alienação e separação
Discorre-se elementos que sustentam a escuta analítica
Pois o sujeito em seu processo de constituição
Parte da escolha: a bolsa ou a vida
Este que permeia do narcisismo primário ao secundário
Desdobra-se nas identificações sucessivas
Será que não é disso que se trata a clínica analítica?
De uma escuta do sujeito pela busca do amor ideal
Que jamais retorna ao original?
A separação primordial resultará em identificações constantes
Pois se trata de investimentos e de sujeitos desejantes.
Um dito de Lacan acima mencionado
Traduz a implicação do sujeito neurótico em questão
Ele é um produto de um processo de separação
A dialética do ser e do ter advém da primazia fálica
Pois o sujeito está em relação direta com a falta que o causa
A alienação traduz o desejo do Outro
A saída por identificação a partir de um terceiro,
Organiza o sujeito psiquicamente
Eis a escolha de um processo inconsciente!
Daí decorre toda a relação de enganos em relação ao objeto
Se fazer objeto na expectativa de poder ter
Ou supôr tê-lo para poder adquirir
Em ambos o objetivo é poder possuir
A falta de um significante não compõe a neurose
Isso é a clínica das psicoses
Há uma falta de inscrição significante para alcançar a separação,
"O grande mérito"
Para explicar o processo, intitula-se
"Os três tempos do Édipo".
O falo que ninguém possui é sustentado no imaginário
E simbolizado no real impossível
A topologia lacaniana é convocada
Para dar conta da falta original insubstituível e indizível.
Convidada: Maria Cristina Carpes
Quando: Sábado, 24 de junho, às 14h.
Onde: Atividade híbrida: on-line e presencial (Sede da Associação Movimento Psicanalítico Sul Catarinense.
Quanto: R$ 25,00 (Associados AMPSC); R$ 50,00 (Participante externo).
Sobre a convidada
Maria Cristina Carpes é Mestre e Doutora em Ciências da Linguagem. Membra fundadora do Percurso Psicanalítico - Criciúma e do Enlace Freudiano: Trabalho e Transmissão.
Coordenação: Ana Paula Mazzuco e Luana Branco
CONVOCATÓRIA
Em acorde ao título apresentado pela Jornada do Movimento Psicanalítico deste ano: "Que sujeito se escuta?", o presente seminário propõe discutir como se dá a constituição do sujeito e as estruturas clínicas em psicanálise. Freud (1905) em seu texto "Três ensaios sobre a teoria da sexualidade", abriu o caminho para pensar como um organismo deixa de ser "carne" para ser tornar um corpo humano, um corpo inscrito pela palavra. Podemos apontar que sua descoberta foi o que faz o bebê tornar-se sujeito é o desejo. Ou seja, é necessário que um outro humano cuide deste bebê com seu desejo implicado, para que ocorra a passagem do registro orgânico para o registro das significações. Em relação as estruturas clínicas, a psicanálise refere o diagnóstico estrutural a uma posição do sujeito no Édipo: a partir das questões que o Outro coloca e da resposta do sujeito a essas questões, se constituirão diferentes posições subjetivas. Distinção feita por Freud que permitiu organizar o funcionamento psíquico em três estruturas clínicas: neurose, psicose e perversão. As estruturas clínicas remetem a diferentes possibilidades de posicionamento subjetivo. Importante ementar que, a fala, a escuta, a associação livre são fundamentais na clínica psicanalítica e na análise pessoal do sujeito que nos procura. Compreender cada estrutura clínica, fazer o diagnóstico estrutural, são de suma importância para a condução e o tratamento analítico, posto que cada estrutura diz sobre o funcionamento do sujeito. A clínica contemporânea nos convoca a pensar sobre as diferentes possibilidades de subjetivação, o modo de cada sujeito se relacionar e se apresentar no mundo.
Quando: Sábado, 27 de maio, às 14h.
Atividade exclusiva para associados.
Coordenação: Larissa Rossi e Cristiane Pickler